ENTREVISTA COM GARETH HANRAHAN

Qual foi a sua inspiração para a criação deste universo e destas personagens? (Cari, Ratazana e Homem de Pedra)?

Não houve uma única inspiração – A Oração dos Miseráveis é como que o ponto de intersecção de muitos dos meus interesses. É a zona em que a arqueologia industrial se encontra com divindades estranhas, onde a política dos bastidores se cruza com a alta fantasia. A sensação e o conceito da cidade vieram primeiro, as personagens vieram depois. Sempre tive problemas em escrever protagonistas, por isso, em Cari, criei uma personagem que é inquieta, que sempre causa problemas e que é capaz de conduzir o enredo à frente. E então, se tenho uma personagem que é impulsiva e evasiva, precisava de alguém que fosse mais lento e mais direto – daí Mastro.
E Ratazana entrou direto dos Mitos de Cthulhu dentro da história.

Se pudesse fazer uma playlist com a vibração do livro, que canções, filmes, jogos ou programas de TV usaria?

Musicalmente… Ouvi muita VNV Nation enquanto escrevia, o que reflete vagamente a sensação dos livros.

Filmes e programas televisivos. Peaky Blinders, talvez. Labirinto do Pan. O Robert Downey em Sherlock Holmes – tipo um quase gótico moderno. Também, estranhamente, The Thick of It – Saint Aleena foi parcialmente inspirado por Malcolm Tucker.

Porque escolheu este título?

Não sei. É o único título que o livro teve desde sempre, enquanto que a maioria dos meus outros livros passava por meia dúzia de títulos antes de eu escolher um. Parecia encaixar. Não me lembro de sequer de tê-lo escolhido.

De onde vem a paixão pela fantasia?

A minha mãe me apresentou O Senhor dos Anéis quando eu era jovem, e isso levou a muitos, muitos anos passados a jogar e mais tarde a escrever jogos de roleplaying. A fantasia é um playground maravilhoso, uma forma de pensar onde se podem extrair conceitos de um reino para outro. Podem-se procurar caminhos para mundos melhores.

O que os leitores brasileiros podem esperar deste livro?

Monstros estranhos, conspirações emaranhadas, horror cósmico inclinando-se e encostando-se às sarjetas e aos telhados de uma cidade sombria.

A sua experiência de design influencia a sua escrita?

Ajuda imensamente na construção do mundo e no desenvolvimento da trama, tenho um grande conjunto de técnicas e perguntas que posso utilizar para rapidamente integrar um novo conceito. Tanto a escrita de jogos como a escrita de romances envolvem muitas habilidades diferentes e algumas delas se entrelaçam. Outro não – tive que desaprender alguns hábitos que aprendi na concepção de jogos à medida que escrevo mais ficção.

Traminha
01/07/2021
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