Sequestro é um dos crimes que mais comove a sociedade. Se for de criança então. Difícil imaginar tamanha violência afligindo seres tão indefesos e vulneráveis. É por isso que Onde está Daisy Mason? (Editora Trama, 2021), thriller de crime da escritora inglesa Cara Hunter, já conquista o leitor logo no início. Sem contar o final, que é de cair o queixo.
Na trama, Daisy é uma garotinha de oito anos que some após uma festa organizada no quintal da casa dos pais. Ninguém sabe o que aconteceu com ela, que simplesmente evaporou deixando poucas pistas do desaparecimento.
O responsável pelo caso será o detetive Adam Fawley, que terá uma equipe de policiais empenhados em investigar qualquer vestígio deixado por Daisy. Como todo detetive da ficção, Fawley carrega seus próprios demônios, revelados a conta-gotas no decorrer da história.
Este é o primeiro livro da autora com o detetive, que trabalha em uma pacata delegacia de polícia em Oxford, na Inglaterra. Hunter dedicou uma série de thrillers a este personagem, num total de cinco livros já publicados lá fora (mas este é o primeiro no Brasil).
Uma coisa é certa, esta é uma história onde não se tem certeza de nada! Aqui o leitor é conduzido por uma jornada de revelações, tendo suas certezas desconstruídas capítulo após capítulo. Como num suspense de Agatha Christie, ora o dedo aponta pra um, ora pra outro.
Os capítulos são narrados em tempos diferentes, onde se acompanha a investigação corrente do detetive, mas também o que aconteceu dias e semanas antes do desaparecimento. É desta forma que detalhes importantes vão sendo lentamente revelados: o tipo de relação que Daisy tinha com seus pais, com o irmão problemático e com as amigas de escola.
Hunter também aproveita para cutucar o tribunal da internet, criando diálogos que mais parecem linchamentos virtuais justificados por um sentimento de justiça represado.
Para quem procura por thrillers com finais surpreendentes, Onde está Daisy Mason? é a recomendação ideal. A história vai certamente conduzir o leitor por vias tortuosas até, literalmente, o último parágrafo do livro.